Não importa qual (e para onde) seja a viagem.
Meu olhar divagando entre paisagens, lê as placas.
Nomes de ruas, dos lugares que não guardo na memória...
Leio placas a toda hora!
Placas de automóveis.
De onde vem, e daqui pra onde vão?
Placas no trem, na estação, condução, lotação...
Placas de interrogação: "estou dirigindo bem? - ligue para 0800..."
Placas de amarração: "trago a pessoa amada em até 72 horas" (Que demora!)
Placas anunciando gatos, cães e outros desaparecidos.
Quantos não estão perdidos?
(Procura -se amigos...)
Outdoors pela cidade, proibição e publicidade.
Poluição também é arte?
Grafite, aviso, pichação; tudo atrai minha visão!
Procuro placas de sinalização, e ás vezes sou contramão por seguir minha emoção.
É sentido obrigatório o caminho da razão?
E se na pista da vida fico indecisa,
Pra não entrar na sem saída, sigo a placa de acostamento;
Quem sabe por um momento (já que a vida é movimento),
Eu me encontre e retome a direção.
E toda placa que leio, podendo ter sentido ou não
É muito do que anseio na plena insatisfação.
Placas que só me remetem aos meus próprios pensamentos,
Cheios de minha solidão...
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